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Moisés Navarro canta Noel Rosa com correção em álbum valorizado por convidados como Maurício Tizumba

As cantoras Alaíde Costa, Claudette Soares e Maria Alcina também participam de ‘Silêncio de um minuto’, disco que será lançado em 13 de junho. Capa do...

Moisés Navarro canta Noel Rosa com correção em álbum valorizado por convidados como Maurício Tizumba
Moisés Navarro canta Noel Rosa com correção em álbum valorizado por convidados como Maurício Tizumba (Foto: Reprodução)

As cantoras Alaíde Costa, Claudette Soares e Maria Alcina também participam de ‘Silêncio de um minuto’, disco que será lançado em 13 de junho. Capa do álbum ‘Silêncio de um minuto’, de Moisés Navarro Samuca Kim com design de Leandro Arraes ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Silêncio de um minuto Artista: Moisés Navarro Cotação: ★ ★ ★ 1/2 ♬ Três anos lançar o álbum Aquele abraço, Gilberto Gil – Canções de Gilberto Gil (2022) com abordagem da obra do compositor baiano que então festejava 80 anos, o cantor mineiro Moisés Navarro se volta para o cancioneiro de Noel Rosa. Compositor de importância fundamental para a consolidação do samba no Rio de Janeiro (RJ) nos anos 1930, década em que o gênero propiciou a primeira integração entre morro e asfalto na cidade partida desde antes de o samba ser samba, o carioca Noel de Medeiros Rosa (11 de dezembro de 1910 – 4 de maio de 1937) deixou grande obra de contornos urbanos, pautada pelo samba e pelo samba-canção. Em Silêncio de um minuto, álbum que lançará na próxima sexta-feira, 13 de junho, em edição digital e em CD fabricado pela Companhia de Discos do Brasil, Moisés Navarro canta Noel Rosa sem um lampejo de modernidade ou brilho especial nas interpretações, como atestam os registros dos sambas-canção Meu barracão (1934) e Último desejo (1937), ambos gravados com o toque das sete cordas do violão de Gustavo Monteiro. Não obstante, o álbum Silêncio de um minuto se revela correto e por vezes elegante dentro das tradições. A elegância reside no samba-canção que dá nome ao disco, Silêncio de um minuto (1935), cantado por Navarro com Romulo Fróes em gravação de tom sóbrio, quase soturno. A letra alinha versos alusivos à poética comumente melancólica do cancioneiro de Noel. Com produção musical e arranjos de Ricardo Gomes (violão, baixo, teclados e guitarra), o álbum Silêncio de um minuto se aviva com as presenças dos cinco ótimos convidados. Voz que simboliza a ancestralidade mineira, Maurício Tizumba dá cor viva a um samba sobre a morte, Fita amarela (1933), deitando e rolando no suingue dessa faixa de introdução fúnebre. Com notória intimidade com o samba-canção, Claudette Soares imprime a maciez vocal em Feitio de oração (Noel Rosa e Vadico, 1933), clássico entre os clássicos de Noel que Navarro aborda em tom mais expansivo em desalinho com o canto da convidada. Um dos primeiros sucessos do compositor, Com que roupa? (1929) cai bem no canto extrovertido de Maria Alcina. Samba-canção menos ouvido dentro do conjunto da obra, mas tão belo quanto os standards, Quando o samba acabou (1933) ganha a adição da voz classuda de Alaíde Costa. A melancolia de Três apitos (1933) é soprada pelo trompete de Hilton Lima – músico conhecido como com Galego – em gravação pautada pelo piano de Ricardo Bottaro. Nesse samba-canção, Moisés Navarro oferece a melhor interpretação do disco juntamente com o canto da música-título do álbum. No fim do álbum Silêncio de um minuto, os cantos dos sambas Palpite infeliz (1935) – este embasado pela batida quase marcial da bateria de Jeftã Jeff – e Até amanhã (1933) reiteram a obviedade da seleção de repertório calcado em sucessos. Nesse sentido, o tributo de Moisés Navarro a Gilberto Gil resultou bem mais surpreendente. Moisés Navarro canta dez músicas de Noel Rosa (1910 – 1937) no álbum ‘Silêncio de um minuto’ Samuca Kim / Divulgação

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